Entenda o que é o processo Cross-Docking, como funciona e saiba como reduzi-lo com a Previsão de Vendas

O assunto cross-docking passou a despertar um certo interesse recentemente e, se você atua no ramo da logística, certamente já deve ter ouvido alguma coisa sobre ele por aí.
Cross-Docking
Fonte: pixabay

O assunto cross-docking passou a despertar um certo interesse recentemente e, se você atua no ramo da logística, certamente já deve ter ouvido alguma coisa sobre ele por aí. O tema passou a receber ainda mais destaque depois que empresas de marketplace como a Amazon adotaram esse método de distribuição em suas operações.

Para resumir, esse método consiste em reduzir ao máximo a etapa de estocagem no fluxo de entrega de mercadorias, visando priorizar o carregamento e distribuição no tempo mais breve possível. Porém, esse processo envolve outros detalhes interessantes!

Por isso, o James Tip selecionou os principais tópicos que explicam o que é o cross-docking, como funciona, suas vantagens e desvantagens. Além disso, vamos te explicar como esse método pode ser reduzido ao adotar a previsão de vendas. Vamos lá?

O que é o Cross-Docking e como funciona?

Cross-docking (que significa algo como “cruzando as docas”, em português) é uma metodologia logística que surgiu para auxiliar uma etapa na cadeia de suprimentos que sofria com altos custos com espaço físico e falta de agilidade. Para entender melhor, precisamos voltar lá para o início dos anos 1930, quando o termo surgiu nos Estados Unidos.

Naquele contexto, o nome “cross-docking” surgiu do processo de recebimento de produtos de navios até os cais de entrada, sendo já em seguida transferidos fisicamente para os cais de saída. Desses cais de saída, as mercadorias eram entregues às transportadoras, seguindo suas rotas a destino do consumidor final.

Com a evolução da tecnologia, é evidente que essa metodologia recebeu certas atualizações ao longo dos anos, através de softwares e dos próprios veículos de transporte. No entanto, hoje os princípios ainda são os mesmos.

No contexto atual, o comércio varejista ou a marca possui parcerias com fornecedores, que destinam a mercadoria comprada ao seu terminal de cross-docking. Esse é um local específico com grandes portas para caminhões (inbound e outbound – para entrada e saída) para garantir a máxima agilidade e eficiência, mitigando gargalos e esperas.

Características e exemplos de Cross-Docking

Agora que você já sabe o que é cross-docking e o seu objetivo, trouxemos suas principais características para te contextualizar melhor sobre este assunto. Vamos começar pelas características do espaço físico do terminal de cross-docking.

Quando visto de cima, um terminal pode ter o formato de uma das seguintes letras: I, L, U, T, H ou E. Esse formato depende do tamanho desse terminal, sendo que o formato “I” é ideal para a maioria dos terminais menores, enquanto “H” ou “E” são mais complexos, ideais para terminais grandes que contam com muitas entradas e saídas.

Além das características físicas, os fluxos também obedecem a diferentes padrões. Em alguns casos, o padrão de chegada é concentrado, em que os caminhões inbound chegam em um horário e caminhões outbound em outro (pela manhã e à noite, respectivamente, por exemplo). Em outros, o padrão é disperso, sem horário específico.

Em se tratando da localização de um terminal de cross-docking, ele precisa ser estratégico, ou seja, a empresa precisa considerar a Supply Chain – Cadeia de Suprimentos. Dessa forma, a distância a ser percorrida entre fabricante e fornecedor até o terminal é um ponto importante, como também a distância do terminal até os clientes.

A localização do terminal pode impactar diretamente os custos operacionais logísticos – sobretudo se a empresa conta com muitos fornecedores de produtos.

Exemplificando o Cross-Docking no varejo

Trazemos então o exemplo de uma varejista – rede de supermercados – que construiu um terminal de cross-docking visando otimizar seus custos. É possível que o número de SKUs dessa varejista gire em torno de 30 mil – ou seja, um número bem alto, uma vez que ela atua com hortifrutis, carnes e outros itens refrigerados.

Ela poderia fazer o armazenamento de todos esses itens em um estoque interno, porém, optou pelo cross-docking porque acredita que se tornará mais competitiva através desse método. A implementação do cross-docking irá ajudá-la a evitar armazenar 100% dos SKUs, mantendo em estoque próprio apenas os produtos que forem necessários.

É claro que o método irá oferecer inúmeros benefícios para essa varejista. Porém, todos os bônus carregam consigo o ônus. Por isso, listamos as vantagens e desvantagens do método cross-docking para uma empresa.

Vantagens e desvantagens do método Cross-Docking

De modo geral, o cross-docking é um bom modelo de distribuição para quem está começando, por ser mais barato e não haver a necessidade de comprar do fornecedor para armazenar os produtos em estoque próprio. Porém, isso exige uma relação muito boa com esse fornecedor para evitar que o produto falte na hora da necessidade.

Se formos considerar modelos como dropshipping, por exemplo, o cross-docking se apresenta como uma opção mais vantajosa pelo contato físico que existe com o produto – que ajuda o empresário a reconhecer sua qualidade.

Sem mais delongas, confira aqui as principais vantagens e desvantagens da metodologia!

Principais vantagens

  • Mais agilidade: Ao minimizar o volume estocado, o cross-docking eleva a rapidez na entrega do produto ao cliente final.
  • Redução de custos: Reduzindo-se os custos, sua operação consegue investir em outras frentes da cadeia de suprimentos, o que se traduz em ainda mais melhorias.
  • Economia com espaço de armazenamento: O cross-docking exige apenas uma área de armazém para condicionamento dos fluxos, portanto dispensa grandes espaços para a estocagem.
  • Ganho de produtividade: Ao reduzir o número de operações necessárias, como controle de qualidade, carga e descarga e outras tarefas, a operação se torna mais eficiente e produtiva.
  • Otimização de equipamentos: Menos operações exigem menos equipamentos, resultando em um caixa que pode ser investido em outras frentes.
  • Menos danos às mercadorias: O cross-docking exige menos manuseios e transportes no armazém, o que reduz os danos e avarias nos produtos.
  • Atendimento sob medida das demandas: Mais flexibilidade ao dispensar o controle do estoque de acordo com a demanda. Tratam-se vantagens em relação às vendas mais sazonais do negócio.
  • Satisfação dos clientes: Ao final da cadeia de suprimentos, os clientes são beneficiados com economia de custos repassados e entregas com maior agilidade e qualidade.

Principais desvantagens e desafios

  • Contar com fornecedores de confiança: É preciso realizar as vendas com a garantia de que o fornecedor terá a mercadoria para oferecer. Por isso, é um grande desafio reconhecer esses bons fornecedores e mapeá-los estrategicamente.
  • Limitação de tempo: Essa limitação se dá ao precisar ir até o fornecedor para comprar e fazer a expedição das mercadorias.
  • Sincronização do inbound e outbound: Na medida do possível, os caminhões que chegam e saem do cross-dock precisam estar em sincronia. Por mais que haja um planejamento, ter 100% de sincronia é um cenário quase impossível.
  • Comunicação na cadeia de suprimentos: Problemas podem acontecer e, de forma imprevista, o fornecedor poderá te avisar que não será possível entregar certas mercadorias no prazo combinado. Por isso, datas e horários confiáveis são sempre indispensáveis para o funcionamento do cross-docking.

Além do cross-docking, quais são os outros modelos de distribuição?

Além do cross-docking, existem dois outros modelos bastante comuns: o tradicional e o dropshipping. Para facilitar, confira um breve resumo de cada um dos métodos:

Tradicional

A empresa compra os produtos de seu fornecedor e os mantém armazenados em estoque interno.

Cross-docking

Em vez de manter um estoque interno, a empresa conta com um terminal de cross-docking, onde acontecem entradas e saídas contínuas de caminhões – entradas de itens chegando do fornecedor e saídas para o cliente final –, agilizando o processo de entrega.

Dropshipping

Neste modelo, a empresa conta um parceiro terceirizado para armazenar seus produtos e fazer o envio dos pedidos. Diferentemente do cross-docking, no dropshipping a companhia não tem nenhum contato físico com as mercadorias que são vendidas.

Reduzindo o Cross-Docking através da Previsão de Vendas

Como dissemos, o cross-docking pode ser um modelo de distribuição interessante para quem está começando. Ele te ajuda a descobrir potenciais produtos, sem a necessidade de mantê-los em um estoque interno. No entanto, na medida em que o seu volume de pedidos aumentar, vai ser difícil você correr atrás de vários fornecedores todos os dias e essa rotina com fluxo mais intenso poderá se tornar insustentável.

Por isso, após determinar sua curva ABC – isto é, entender quais itens você mais vende – o ideal é uma migração do cross-docking para um estoque interno da sua empresa. Dessa forma, você começa a comprar os produtos identificados na curva A, mantendo-os em estoque próprio para o consumo, e sucessivamente identificando novos produtos com esse potencial.

Mas e depois, como controlar todo esse estoque? Sem pânico, pois já existem ferramentas que cuidam disso tudo, identificando as vendas por item (SKU) e a quantidade necessária para cada um dos PDVs. A previsão de vendas levanta as informações do seu histórico, observa os dados referentes ao seu negócio e, em seguida, prevê o quanto você irá vender.

A ferramenta do James Tip prevê suas vendas por meio de processos de análise preditiva e probabilística, realizados por algoritmos de Inteligência Artificial e Machine Learning. Com ele, você melhora o planejamento, realiza compras com mais acuracidade e reduz as rupturas e excessos.

Leonardo de Paula
Leonardo de Paula
Head of Sales

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